17 de set. de 2009

Lily Allen: "best gig ever"


O show marcado para as 22h atrasou apenas 10 minutos. Às 22h10, ao som de Everyone's at it, uma elegante Lily Allen apareceu no palco compacto do Via Funchal, em São Paulo. De saltos altíssimos e uma pintura verde e amarela no rosto, a cantora britânica fez o público vibrar. Após a primeira música, Lily cantou a calma I could say e, em seguida, 22. Na primeira pausa da apresentação, ela cumprimentou a galera e aproveitou para bebericar sua cerveja - que ficava bem acomodada em um suporte junto ao pedestal do microfone - e dar uma tragadinha no cigarro eletrônico.

Lily continuou o show com um trecho do cover da música Oh, my God, do Kaiser Chiefs, e emendou com Everything's just wonderful, do primeiro álbum. Para animar ainda mais os fãs, a cantora apostou em LDN, um dos grandes sucessos do CD de estreia, e ainda fez uma homenagem à cidade brasileira no trecho: "you might laugh, you might frawn, walking in SÃO PAULO town". Em Back to the start, a elegante Lily tirou os sapatos e calçou um par de tênis brancos, que costumava usar com vestidos no começo da carreira. Depois, acalmou os ânimos com He wasn't there e a romântica Littlest things. Para encerrar a primeira parte do show, Lily cantou Smile, o hit responsável pelo seu estouro, e The Fear.

A cantora voltou para o bis com mais um cover: cantando Womanizer, de Britney Spears, a britânica transformou a apresentação em balada. Dançou, rebolou e deu show na "pista". Em seguida, cantou Fuck you, pediu para plateia fazer a coreografia (leia-se: mostrar os dedos do meio) e, claro, ofereceu a música mais uma vez ao ex-presidente norte-americano George W. Bush. Para encerrar de vez a performance, Lily perguntou se todos gostavam de música country e, em seguida, as primeiras notas de Not fair tomaram conta do Via Funchal.

Em pouco mais de 1 hora, a cantora britânica conquistou ainda mais os fãs com seu jeito, que é a combinação perfeita entre delicadeza e irreverência. Dona de um senso de humor fantástico e uma voz ainda melhor ao vivo, Lily é do tipo de artista que faz o que faz por puro prazer e transforma a apresentação em algo mais parecido com uma festa em seu apartamento do que com o show de uma estrela: dá risadas, troca de roupa, canta, dança, faz trapalhadas e até piadas. Tudo isso, claro, entre goles de cerveja e tragos de cigarro. Volta logo, Lily!

PS1: Sim, faltou uma foto do show. Aqui tem.
PS2: "São Paulo: best gig ever" by Lily Allen aqui.

9 de set. de 2009

As famosas "pequenas coisas da vida"

Há dias, N estava sofrendo com o nariz congestionado. Havia perdido as contas de quantos rolos de papel higiênico já havia usado. Naquela manhã, no entanto, sentiu que a respiração estava mais fácil e que, logo, estaria 100% novamente. Animada, saltou da cama e, quando estava pronta, foi passar perfume. Borrifou três vezes e não sentiu o aroma. Borrifou mais três e continuou não sentindo. Foi quando lembrou de pessoas dizendo "não sinto cheiro de nada quando estou resfriada" e percebeu: havia acontecido com ela também.

N passou o dia esperando o olfato dar um novo sinal de vida. Ela pesquisou na internet e descobriu que o problema, que atende pelo nome de anosmia, pode acontecer por causa das obstruções da via nasal e que, geralmente, passa. Perto da hora do almoço, ela sentiu o cheiro, ainda fraco, do sabonete e se animou. Mais tarde, contemplou o aroma do hambúrguer de picanha e até mesmo do catchup.

Provavelmente, até o final da semana, o olfato de N estará novinho em folha - é o que ela espera. No entanto, essa tal de anosmia serviu para provar, mais uma vez, que são mesmo as pequenas coisas que fazem toda a diferença. O que seria da vida de N se ela não puder mais sentir o perfume do namorado, o aroma gostoso do café e até mesmo o cheirinho da gasolina?

3 de set. de 2009

In God's hands

Lembro da primeira vez que senti medo de te perder. Era muito menina, só 10 anos de idade, e pensei que, se você partisse, pra onde quer que fosse, eu queria ir junto. Mas você voltou. E me assustou outras vezes mais.

Lembro, como se fosse ontem, do último beijo na testa que você me deu. Da última vez que escutei você falar "te amo". Do último sorriso que você esboçou. Você me assustou, partiu e nunca mais voltou.

Já são mais de dois anos desde que você se foi. E, sabe, já me acostumei sem o seu olhar, o seu abraço, seus beijos de boa noite e suas broncas. Mas se você me perguntasse se eu ainda sinto saudades e eu te respondesse "Todos os segundos desde aquele dia"... será que você voltaria?

1 de set. de 2009

Ser corintiano é assim

“Felipe beijou o terço que sempre coloca dentro de seu gol e foi um dos únicos a falar após a queda do Corinthians para a Série B. Quando o repórter perguntou qual era a razão para o rebaixamento, o goleiro disse o óbvio: ‘Se eu soubesse, já teria dito há muito tempo’. Enquanto isso, a torcida, que foi o maior incentivo dos jogadores durante a temporada, dava exemplo de dedicação mais uma vez e cantava sem parar. O capítulo mais triste da história do Corinthians começava a ser escrito.” – 2 de dezembro de 2007, Estádio Olímpico.

A poucos minutos do final do jogo contra o Ceará, no dia 25 de outubro de 2008, essa cena já era mais do que passado para Felipe. Com a vitória por 2 a 0 sobre o time cearense, o Corinthians pôde comemorar a volta à Série A com seis rodadas de antecedência. O goleiro não se conteve e, com a bola ainda em jogo, agachou, colocou a camisa sobre o rosto e chorou. Era o que faltava para completar a festa preta e branca. Com o final do jogo no Pacaembu, jogadores e torcedores comemoraram o tão esperado retorno à Série A ao som de “Eu Voltei”, de Roberto Carlos.

Felipe, um dos poucos que estava em campo no dramático jogo contra o Grêmio em 2007, subiu no alambrado e, surpreendentemente, pulou para o outro lado, onde os corintianos formaram uma verdadeira massa alvinegra. Literalmente carregado pela fiel, o goleiro, ainda visivelmente emocionado, não parecia se importar em perder sua camisa amarela, suas luvas e até mesmo seu sagrado terço. Ele só queria comemorar.

Jogar na segunda divisão não foi tão difícil quanto os corintianos imaginaram. Acima de tudo, disputar a Série B do Campeonato Brasileiro mostrou porque a torcida alvinegra é chamada de fiel. E a recompensa àqueles que nunca abandonaram a equipe do Parque São Jorge não tardou, muito menos falhou: após 10 meses, que, ao mesmo tempo, pareceram 10 anos e 10 dias, o Corinthians reconquistou sua vaga na elite do futebol brasileiro com a certeza de que a nação corintiana estava mais forte do que nunca. E o capítulo mais triste da história alvinegra acabou ali.

Ser corintiano é assim. É sofrer, comemorar, chorar e entender que, nem sempre, é possível vencer. Mas acima de tudo, ser corintiano é amar sem precisar explicar. Simplesmente amar. Sem ser necessário entender.