1 de set. de 2009

Ser corintiano é assim

“Felipe beijou o terço que sempre coloca dentro de seu gol e foi um dos únicos a falar após a queda do Corinthians para a Série B. Quando o repórter perguntou qual era a razão para o rebaixamento, o goleiro disse o óbvio: ‘Se eu soubesse, já teria dito há muito tempo’. Enquanto isso, a torcida, que foi o maior incentivo dos jogadores durante a temporada, dava exemplo de dedicação mais uma vez e cantava sem parar. O capítulo mais triste da história do Corinthians começava a ser escrito.” – 2 de dezembro de 2007, Estádio Olímpico.

A poucos minutos do final do jogo contra o Ceará, no dia 25 de outubro de 2008, essa cena já era mais do que passado para Felipe. Com a vitória por 2 a 0 sobre o time cearense, o Corinthians pôde comemorar a volta à Série A com seis rodadas de antecedência. O goleiro não se conteve e, com a bola ainda em jogo, agachou, colocou a camisa sobre o rosto e chorou. Era o que faltava para completar a festa preta e branca. Com o final do jogo no Pacaembu, jogadores e torcedores comemoraram o tão esperado retorno à Série A ao som de “Eu Voltei”, de Roberto Carlos.

Felipe, um dos poucos que estava em campo no dramático jogo contra o Grêmio em 2007, subiu no alambrado e, surpreendentemente, pulou para o outro lado, onde os corintianos formaram uma verdadeira massa alvinegra. Literalmente carregado pela fiel, o goleiro, ainda visivelmente emocionado, não parecia se importar em perder sua camisa amarela, suas luvas e até mesmo seu sagrado terço. Ele só queria comemorar.

Jogar na segunda divisão não foi tão difícil quanto os corintianos imaginaram. Acima de tudo, disputar a Série B do Campeonato Brasileiro mostrou porque a torcida alvinegra é chamada de fiel. E a recompensa àqueles que nunca abandonaram a equipe do Parque São Jorge não tardou, muito menos falhou: após 10 meses, que, ao mesmo tempo, pareceram 10 anos e 10 dias, o Corinthians reconquistou sua vaga na elite do futebol brasileiro com a certeza de que a nação corintiana estava mais forte do que nunca. E o capítulo mais triste da história alvinegra acabou ali.

Ser corintiano é assim. É sofrer, comemorar, chorar e entender que, nem sempre, é possível vencer. Mas acima de tudo, ser corintiano é amar sem precisar explicar. Simplesmente amar. Sem ser necessário entender.

2 comentários:

Caio Bruno disse...

Poxa, depois de ler um texto desse fiquei até constrangido com a pobreza do meu. Lindo mesmo, maravilhoso. Nosso time merece. Parabéns Nadia!
Bjosss

Gregorio Russo disse...

Puta que pariu, vc consegue emocionar até quem odeia o "dono" da massa alvinegra...